sábado, 23 de maio de 2009

Pipa, pião, bola, balão

Pipa, pião, bola, balão.

O doce caseiro da Dona Carmela,
Ficava esfriando, sempre na janela.
Muito ligeiro, e sem pedir pra ela,
Comia o doce, só deixava a panela.

A Dona Carmela saía apressada,
Mas na panela só tinha a raspa.
Então, da janela, zangada gritava:
Não rouba, pede moleque!

Como era bom sentir derreter,
Na boca contente, um doce algodão.
Sem preocupar, sem querer saber,
Da sua molécula ou composição.

Tento lembrar do meu algodão,
Lembrar do seu gosto, seu peso, seu preço.
Mas não há moeda, eu provo que não,
Que possa comprar o meu algodão.

Quando acabava o doce algodão,
Pegava o palito e riscava o chão.
Hoje o palito virou uma caneta
Que risca na folha saudoso refrão.

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