Com as mãos enfiadas no bolso,
Da jaqueta de lã marrom,
Atravesso o desespero e sinto a rua.
Paro no precipício da guia,
E me estilhaço em cada olhar.
Sou o bife de ouro do velho-homem-sanduíche,
Compro os caminhões de plástico dos meninos,
Transporto os desejos de cada garota,
Desejo o pão dormido de todo mendigo.
Quero beber o choro de toda namorada,
Abandonar o medo da poça dágua,
Urinar do sino de toda praça,
E ficar num banco, sonhando estrelas.
Anunciei o apocalipse - 9,90
Esmolei ouvidos e acordeons,
Rebolei a calça e o descontrole,
Esperei o sinal menstruar.
Com as mãos enfiadas no bolso,
Nesta fria ave-maria,
Senti-me mais humano,
Mais humano que um grito.
Mais humano que um tijolo,
Mais humano que um rio,
Mais humano que um espelho,
Mais humano que um estilhaço.
sábado, 23 de maio de 2009
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